EDITORIAL | ACCIOLI RAMOS
1 SET 2015 | A existência de imprensa local independente é um dos marcadores do desenvolvimento socioeconômico de uma cidade. E também um dos mais raros de verificar, em especial nas pequenas e médias cidades da região Nordeste. Comuns no Sul do Brasil e nos países desenvolvidos, os pequenos jornais e revistas de circulação local são a verdadeira voz da comunidade.
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Para a grande imprensa de Salvador, mesmo aqui ao lado, Lauro de Freitas é assunto frequente nas páginas policiais, nos programas policialescos da televisão ou sempre que se trata de explorar a miséria humana. Espaço para a cobertura dos temas que realmente afetam a comunidade, só no veículo local.
Pelo menos nesse sentido, Lauro de Freitas está no grupo das sociedades mais desenvolvidas da região. Há 200 meses a cidade conta com um veículo impresso independente do poder público, progressivamente construído à escala da comunidade, num projeto economicamente sustentável.
De ponto de vista estritamente empresarial, o ramo editorial nunca foi dos mais simples, menos ainda dos mais lucrativos. Ao contrário: manter uma publicação local em circulação ininterrupta sem depender dos poderes públicos é um desafio como poucos.
Por isso, editar uma revista local – faz já 16 anos – foi muito mais uma decisão vocacional que uma escolha comercial. E é com esse mesmo espírito que as edições da Vilas Magazine continuam a ser produzidas.
O foco na missão de dar voz à comunidade é que fez da revista de Lauro de Freitas o veículo de comunicação respeitado que é hoje. O jornalismo profissional conquistou a credibilidade que garante leitura – e audiência ao material publicitário dos anunciantes. É dessa forma que a veiculação publicitária na Vilas Magazine, por sua vez, garante retorno em vendas aos anunciantes.
É esse o ciclo virtuoso que sustenta uma iniciativa editorial que agora chega à sua 200ª edição. Apesar do número redondo, a sugerir comemoração, o patamar agora atingido enseja mais responsabilidade do que festejos.
Ao longo destes 16 anos de circulação, inúmeras coberturas do jornalismo da Vilas Magazine trouxeram a público temas e teias que de outra forma jamais teriam visto a luz do dia. Mais está por vir. Nada se publica que não se saiba ao certo, mas nem tudo o que se sabe acaba publicado. Pelo menos de imediato.
Essa responsabilidade tem sido expressa, ao longo dos anos, em coberturas que contrariam interesses – alguns deles verdadeiramente poderosos, outros apenas pretensamente. Mas em todos os casos interesses contrários aos da comunidade que um veículo de comunicação deve servir. O fato é que os governos passam e a sociedade permanece.
Lauro de Freitas atravessa um período particularmente delicado no que se refere aos interesses da comunidade frente ao que os governantes de plantão costumam chamar de “progresso e desenvolvimento”. Trata-se, modo geral, de um processo em que interesses econômicos, quando não patrimonialistas, são apresentados como positivos para a coletividade.
Bom dia, Santo Amaro de Ipitanga
A edição de setembro da Vilas Magazine começa a circular no dia dois destacando em editorial a marca de 200 edições. Outro tema de destaque é o fim da coleta de lixo que a prefeitura sempre fez no pequeno comércio. O fim do serviço público está embasado em lei federal de 2010 que prevê responsabilidade compartilhada entre o poder público e o empresariado, deixando a regulamentação a cargo dos municípios. Em Lauro de Freitas, é uma lei de 22 anos atrás que estabelece o limite de 100 litros ou 500 kg para o que pode ser considerado “lixo domiciliar”. Qualquer coisa acima disso seria “responsabilidade do estabelecimento comercial”. Em Salvador, o limite é de 300 litros por dia.
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Editorial | 200 edições |
Jornais do dia |
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A existência de imprensa local independente é um marcador do desenvolvimento socioeconômico | |||||||
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Cidade | Serviços |
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Obras na Priscila Dutra cancelam 'rallye' | Prefeitura deixa de coletar lixo no pequeno comércio | Veja as capas dos principais jornais |
A coleta de lixo agora se tornou um luxo para nós, comerciantes |
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Thalita Cáceres, lojista que passou a tratar o lixo por conta própria depois que a prefeitura deixou de coletar no pequeno comércio. |
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